O prato que se seguiu no jantar do meu 35º aniversário, foi uma interpretação diferente de uma sopa que me é – particularmente – pessoal.
Esta sopa recebeu o nome da região onde nasci, fui criado e onde ainda vivo – a região “Caramela”. Esta sopa, tão importante para nós, terá na Confraria – a nascer até ao final de 2013 – o seu maior defensor e promotor. Claro que a Confraria pretenderá defender um receituário caramelo mais extenso, mas a sopa é o seu pináculo. Uma sopa consistente, como se pretendia para uma refeição rural.
Voltando à sopa, segue a lista de ingredientes que passo a transcrever tal como me foi passada:
Ingredientes:
- Chispe de Porco: 1
- Orelha de Porco: 2
- Rabo de Porco: 2
- Faceira de Porco: 1
- Chouriço de Carne: 1
- Chouriço Mouro: 1
- Feijão Catarino (demolhado ou já cozido): 250gr
- Cebola: 2 grande
- Alho: 2 dentes
- Louro: 1 folha
- Couve Caramela (pode substituir por Couve Portuguesa: 2 grandes
- Repolho: 1 média
- Cenouras: 3 médias
- Nabo: 1 médio
- Massa “cotovelo”: qb
- Sal: qb
O primeiro passo é demolhar o feijão catarino durante 24 horas. Caso compre uma lata de feijão já cozido, salte este passo.
O passo seguinte será cozer as carnes, com uma cebola inteira e um pouco de sal. A quantidade de água deverá ser a suficiente para cobrir na totalidade as carnes. Após cozidas, reserve a carne, a cebola e o líquido da cozedura.
Ao mesmo tempo poderá cozer o feijão catarino, somente se optou por comprar o feijão seco.
Faça um refogado com uma cebola e os dentes de alho picados, juntamente com o louro. Deverá refogar sem ganhar cor.
Entretanto, acrescente um pouco do feijão cozido ao liquido da cozedura da carne e triture juntamente com a cebola reservada. Este preparado deverá ser adicionado ao refogado. Acrescente as cenouras e o nabo em brunesa (cortado aos quadrados) e alguma massa (nota importante: nesta sopa não se pretende muita massa, somente a suficiente para aparecer de quando em vez numa colherada).
Neste momento, deverá ripar o repolho e as couves à mão – pretende-se um aspecto tosco e imperfeito. Nesta minha adaptação, reservei as folhas da couve intactas.
Quando as couves estiverem cozinhadas, acrescente o feijão já cozido e as carnes cortadas em pedaços pequenos o suficiente para não ser necessário “faca e garfo”.
Na fotografia pode ver uma trouxa elaborada com uma folha de couve caramela, em que dentro da mesma se encontra um pouco de cada ingrediente da sopa. No entanto esta não é de todo a forma tradicional de servir.
Bons cozinhados e bom apetite !!
“À Mesa com História no Facebook“.